Esta página é uma colaboração de Clinete Lacativa (texto) e Tácio Caputo (perfis). Ela foi produzida a partir dos apontamentos gerados em suas peregrinações. Aqui você vai encontrar informações que devem ser levadas seriamente em consideração (informações de abril 2006).
Se sai de uma altitude de 200 m em Saint Jean Pied-de Port até 1 440 m no Collado Bentartea.
Os primeiros 5 km são os mais íngremes, até Untto.
Depois, as subidas são constantes, mas menos acentuadas.
O ponto mais importante neste trecho é a previsão metereológica.
Tempestades com vento são perigosas nos Pirineus. Subir sempre bem informado a este respeito.
O desnível não é tão grande, pois Linzoain está a 760 m, mas há um trecho muito inclinado, piorado pelas pedras do piso, que formam finas laminas. No último Ano Santo, este trecho foi aplanado e, embora a subida continue íngreme, especialmente depois de Espinal, as pedras foram cobertas com cascalho e não oferecem mais tanto perigo, em uma eventual queda.
Pamplona está a 400 m. Não é muito difícil, pois é uma súbita constante e não abrupta, especialmente quando não está ventando muito. A região é chamada de Caminho dos Ventos. Que são aproveitados pela centena de modernos cataventos para a produção de energia eólica.
A diferença não é muita. Mas acontece em um único trecho, um desvio feito no Caminho, devido à construção da estrada, que é um aclive bem pronunciado, e que se torna um lamaçal pegajoso com a chuva. A trilha é rodeada de arbustos espinhosos, que ferem se se tenta apoiar neles. Sem chuva, a dificuldade maior é um "degrau" pronunciado, de mais de um metro, difícil de ser transposto sem auxílio.
Azofra está a 565 m, mas o aclive é bem pronunciado, por cerca de 9,3 km. Foi um desvio feito no Caminho original, hoje coberto por plantações.
A diferença de altitude para Castrojeriz é de pouco mais de 100 m, mas a subida é bastante íngreme, embora compensada pela beleza da paisagem. O vale, com plantações de diversas nuances de verde ou amarelo, dependendo da estação do ano, com Castrojeriz e seu castelo, no alto de um pequeno monte, compensa a dureza da subida.
Rabanal fica a 1 150 m. O aclive mais acentuado fica entre Foncebadón e a Cruz de Ferro, mas é breve.
8. Cierro del Real - após Villafranca del Bierzo
7,2 km da rota "só para bons caminhantes" como informa um cartaz no início da trilha. A subida é muito pronunciada e longa. A paisagem do Bierzo compensa o cansaço, dizem. Absolutamente não aconselhável subir com tempo chuvoso.
É um trecho íngreme, mas não muito demorado. A subida até O Cebreiro é entremeada de trechos planos, o que dá tempo de recompor a musculatura que foi exigida. É temido, mas na realidade, ou talvez por se esperar uma subida muito difícil, se revela um trecho agradável e sobretudo, muito, muito lindo.
Pouco mais alto que O Cebreiro, mas um trecho pequeno, que não exige muito do peregrino.
A diferença de altitude não é muito grande, mas a descida é longa e contínua, por mais de 5 km, acentuada pelo solo coberto de pedras que formam finas laminas dispostas perpendicularmente. As panturrilhas sentem o esforço contínuo e a chegada a Zubiri é um alivio.
A descida não é muito longa nem muito abrupta, mas o solo, coberto por pedras que conhecemos como seixos de rio, pedras redondas e lisas, que resvalam quando se pisa, exige uma descida extremamente cautelosa, com o apoio firme do cajado.
A descida do Perdão é muito pior que a subida.
O último trecho, ao chegar a El Acebo, é muito abrupto e perigoso. No Ano Santo de 2004, foi construído um novo acesso, mais longo, mas muito mais tranqüilo. O perigo da descida a El Acebo, hoje é só história.
Para mim, a pior descida do Caminho.
O solo todo em pedra lisa, deve ser muito perigoso quando chove. Não é muito longo, mas bastante escorregadio.
A descida se extendo por 6,8 km, tornando-se mais acentuada no ultimo trecho e chega à ponte sobre o rio Miño.
Este é um trecho cansativo pelas subidas e descidas, ausência de pueblos e a visão de Viana, que parece estar chegando e depois se vê que continua distante... para depois parecer próxima de novo... e mais uma vez, sumir... As descidas não são muito íngremes, mas o solo, de pedras redondas, lisas e soltas, faz com que sejam como várias pequenas descidas do Monte Perdão, exigindo atenção e cuidado.
Este trecho é outro tobogã. O caminho é muito lindo, em um bosque em que predominam pinheiros, num trecho sem pueblos nem tráfego. Só eventualmente se vêem peregrinos.